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Os anos 2000

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A chegada do novo milênio revolucionou a sociedade. Na música, televisão, filmes e na moda.

O grande diferencial no mundo da música foi o uso de uma estética mais futurista, cheia de detalhes metalizados (e cenários que parecem raladores de queijo vistos por dentro). Uma forma de fazer sucesso no mundo musical era fazer parte das trilhas sonoras das novelas.

Nessa época, um subgênero do cinema nasceu: as adaptações de séries de livros (e não apenas romances clássicos) para as telonas. Algumas muito bem sucedidas e aclamadas pela crítica e fãs, como O Senhor dos Anéis, outras, nem tanto, como Percy Jackson e o Ladrão de Raios e sua sequência Percy Jackson e o Mar de Monstros. Estes foram tão ruins que os três livros seguintes na série de Rick Riordan não chegaram a ser adaptados, mas a plataforma de streaming da Disney, Disney+ irá, juntamente com o autor, tentar mais uma vez trazer a narrativa para o audiovisual.

Nas pequenas telas domésticas (não, eu não estou falando de celulares. Nem de notebooks), alguns dos programas mais icônicos dos anos 90, como o Você Decide se despedem do público, levando nas malas as propagandas de cigarros e dando seu lugar aos reality shows esportivos ou de convivência, e sitcoms norte-americanas que logo caíram nas graças dos brasileiros (“Eu, a Patroa e as Crianças”, “Todo Mundo Odeia o Chris”).

As primas dos seriados, as novelas, já eram muito presentes na programação, principalmente as nativas da língua espanhola, que foram reprisadas à exaustão, e refeitas na década seguinte.

Os memes e a Internet ainda não existiam na escala que nós conhecemos hoje, mas a TV brasileira lançou duas novelas que prenderam as pessoas na frente das telas quando foram exibidas e divertiram quem não viu ou não se lembra: “Senhora do Destino” e “Os Mutantes – Caminhos do Coração”.

O entretenimento infantil na televisão passou por uma pequena-grande mudança: os programas de desenhos animados foram perdendo forças para os canais infanto-juvenis das televisões por assinatura.

Era comum que, todo ano, saísse um filme adaptando a próxima história de uma série conhecida pelo público, fosse ele infanto-juvenil ou jovem adulto. E ainda que essas adaptações tenham começado muito antes dos anos 2000 e ainda aconteçam, a sensação eufórica de ir ao cinema e depois a uma livraria para comprar o próximo livro ficou para trás (talvez a falência das livrarias físicas e os ingressos de cinema mais salgados do que a própria pipoca tenham algo a ver com isso).

Assim que a década virou, as passarelas foram tomadas pelo estilo andrógeno e as lojas, pelas calças de cós baixo, boleros e presilhas coloridas com formato de borboleta.

Particularmente, eu não tinha noção de bonito e feio em relação ao vestuário, mas lembro com clareza das presilhas enroscando nos cabelos e quebrando como biscoitos da sorte muito finos. Também de como os jeans de cintura baixa eram desconfortáveis e causavam situações embaraçosas.

O que falar dos boleros? Lindos nos manequins, inúteis nos ombros de uma pessoa de verdade. As garotas podiam se sentir chiques usando aquelas coisas, porque davam um ar descolado e gracioso, por um preço até que baixo (literalmente): bastava a temperatura cair um pouquinho para que eles se transformassem lenços de seda. Com buracos.

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